Em 1998, quando células-tronco embrionárias foram isoladas em laboratório pela primeira vez, todos anteciparam uma enxurrada de rápidos avanços médicos. Essa promessa ainda está viva, já se tornou realidade em alguns casos específicos- no caso do transplante de medula óssea, por exemplo – e ainda pretende preencher todas as expectativas que surgiram desde então.
“A pergunta agora”, escreveu o New York Times quase 15 anos atrás, “é o que pode ser feito com esse poder potencialmente maravilhoso de rejuvenecer células humanas”. Hoje existem muitas pessoas esperando por um milagre, ou pelo dia em que terapias celulares poderão consertar suas imperfeições e degenerações. Pessoas com Alzheimer’s, cegueira, imobilidades, diabetes, Parkinson, doenças do coração, câncer, e muitas outras doenças.
Reconhecimento e avanços
As células-tronco estavam apenas começando a surgir no radar da sociedade em 2012. Em outubro do ano passado, o Prêmio Nobel foi concedido aos cientistas John Gurdon e Yamanaka Shinya, que criaram, separadamente, as bases da medicina regenerativa com trabalhos completados em 1962 por Gurdon, e em 2006 no caso de Yamanaka.
Nos laboratórios, aqueles na linha de frente das pesquisas com células-tronco têm visto resultados importantes: os primeiros dados preliminares sobre um estudo clínico da Universidade da Califórnia com células-tronco embrionárias foram publicados no final de janeiro, financiado pela empresa Advanced Cell Technology (ACT) . Em setembro, as primeiras conclusões de estudos com células-tronco neurais sendo usadas em pacientes humanos com disfunções na medula espinhal em um hospital em Zurique foram apresentados pelo instituto StemCells, Inc. Em outubro, a empresa publicou dados de um segundo experimento em crianças com uma doença fatal que afeta a produção de mielina no cérebro.
Os estudos até agora se concentraram em dois tipos específicos de células-tronco: as pluripotentes, que podem ser transformadas em qualquer tipo de célula do corpo humano, e as células-tronco adultas, ou específicas para um determinado tecido humano.
“Estamos avançando no campo, mas como qualquer outra área da medicina, isso leva tempo”, disse Stephen Huhn, vice-presidente da StemCells, Inc. Huhn comparou os avanços com células-tronco à chegada do homem a Lua, um grande passo para a humanidade que levou anos e muitos passos menores até ser conquistado.
Fonte: Opinião e Notícia, 2013
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