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Médicos implantam traqueia artificial em criança nos EUA

06 maio 2013

Médicos conseguiram implantar com sucesso, nos Estados Unidos, uma traqueia artificial feita com fibras plásticas e células-tronco da paciente, uma menina de dois anos e meio que nasceu sem o órgão. A técnica nunca havia sido implantada em uma criança tão jovem. A menina tem uma rara deficiência, letal na grande maioria das vezes, e desde que nasceu respirava por aparelhos. Depois da cirurgia, feita dia 9 no Hospital Infantil de Illinois, a menina conseguiu unir os lábios pela primeira vez, até então separados pelo tubo que usava para respirar.shutterstock_124732942

Trata-se da sexta cirurgia no mundo de implante de neotraqueia, um dos mais recentes avanços da engenharia de tecidos, área de pesquisa que depende do domínio das técnicas de manipulação das células-tronco, aquelas com poder de se transformarem em células de qualquer outro tecido, neste caso, da traqueia. O primeiro órgão sob medida totalmente funcional foi a traqueia produzida com as células de uma mulher vítima de câncer, em 2008, na Espanha. Em 2011, cinco meninos mexicanos, que haviam sofrido sérias lesões e perdido a capacidade de urinar, receberam o transplante de uretras novas a partir da mesma técnica.

Para fazer a nova traqueia da menina, a coreana-canadense Hannah Warren, a equipe do médico Paolo Macchiarini confeccionou um tubo de plástico com meia polegada de diâmetro e banhou a peça em uma solução com células-tronco da medula óssea de Hannah, segundo reportagem do jornal americano “New York Times”. Em seguida, incubaram a neotraqueia em um dispositivo do tamanho de uma caixa de sapatos chamado de biorreator. O implante ocorreu depois que as células se cultivaram o suficiente para impregnar o plástico.

— O transplante de Hannah mudou completamente o que pensava sobre medicina regenerativa — disse Macchiarini em declaração ao jornal americano, que é cirurgião no Karolinska Institute, na Suécia.

Depois de implantadas no corpo, os médicos suspeitam que as células-tronco impregnadas no plástico mandam sinal para o organismo de que é hora de mandar novas células para terminar a regeneração do órgão artificial. Como usa células do paciente, não são necessários remédios contra rejeição, um obstáculo para quem recebe um transplante de órgão doado.

O rosto de Hannah terá que encarar um longo processo de reabilitação até ela respirar normalmente pela primeira vez. Seus médicos acreditam que novas cirurgias serão necessárias até a criança ser capaz de comer pela boca e falar. Daqui a quatro anos, a equipe médica estima também que terá que implantar uma nova traqueia, para acompanhar o crescimento da menina.

No Brasil, a responsável pelo Laboratório de Engenharia Celular do Hemocentro de Botucatu, Elenice Deffune, faz ressalvas em relação ao plástico usado por Macchiarini — um polímero com resistência, flexibilidade e adaptação ideais aos tecidos vizinhos. O laboratório em que ela trabalha desenvolve pesquisa para tornar possível o transplante de traqueia de doadores. Sem o plástico, a alternativa é usar a traqueia de um cadáver. Mas, neste caso, para eliminar a chance de rejeição, ocorre um processo de remoção das células da traqueia, e o que sobra é apenas um arcabouço de cartilagem, este sim usado como Macchiarini faz com o polímero. Em Botucatu, já conseguiram limpar as células da traqueia de um coelho. A próxima fase será provar que elas não causarão rejeição num transplante em animais.

— O desejo de Macchiarini é industrializar a técnica. Desenvolvendo uma traqueia de polímero, ele pode patentear o produto e atrelar a técnica a uma indústria de alto custo — pondera Elenice. — Acredito que, nos próximos cinco a oito anos, o caminho será usar o arcabouço de um órgão doado.

Antes de usar o polímero, Macchiarini foi responsável por desenvolver várias técnicas para limpeza das células da traqueia de um doador. Já a equipe de Elenice se debruçou sobre os manuais do cientista para simplificá-los. A pesquisa com os coelhos pode provar que é possível secar traqueias de forma mais barata, usando um processo que envolve uso de radiação, detergentes especiais e focos de luz. A intenção é fazer, no futuro, um banco de traqueias, a exemplo do que ocorre com outros tecidos, mas que em vez de catalogar os órgãos de acordo com tipo sanguíneo, use-se as dimensões da traqueia. Pessoas feridas por armas de fogo ou vítimas de câncer, por exemplo, poderiam recorrer ao transplante.
Fonte: O Globo

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